Esta lista, voltamos a encontrar novamente parceiros que já
falamos anteriormente mas têm uma particularidade especial, é que se tratam
concessões que têm uma participação do Estado entre os 2,69% e os 3,3%. São cinco
concessões que pertencem à Ascendi mas com diferentes accionistas. Estamos a
falar das concessões (acrescido da cobrança das portagens):
- Norte, que custa Oitocentos, Setenta e Nove Milhões e
Duzentos Mil Euros (879 200 000,00 Euros) com vigência até 2029 e que
têm 175 Km de auto-estrada (que são as Auto-Estradas A7 e A11, como já
referimos);
- Costa da Prata, que custa Trezentos e Vinte Milhões e Setecentos
Mil Euros (320 700 000,00 Euros) com vigência até 2030 e que têm 110
Km de auto-estrada (que são as Auto-Estradas A17 de Mira até Aveiro, A25 de Aveiro
a Albergaria-a-Velha, a A29 de Albergaria-a-Velha até Vila Nova de Gaia e a
A44);
- Beiras Litoral e Alta, que custa Setecentos e Dezoito
Milhões e Quatrocentos Mil Euros (718 400 000,00 Euros) com vigência
até 2031 e que têm 173 Km de auto-estrada (que é a Auto-Estrada A25 de
Albergaria-a-Velha até Vilar Formoso que substitui o antigo IP5);
- Grande Porto, que custa Quatrocentos, Noventa e Dois
Milhões e Quinhentos Mil Euros (492 500 000,00 Euros) com vigência
até 2032 e que têm 56 Km de auto-estrada (que é a VRI – Via Regional Interior
do Porto, a A4 de Matosinhos a Águas Santas, A41 e A42). Chamo a atenção que
esta concessão foi atribuída em Governos do PSD de Durão Barroso com o ‘Amen!’
de Luís Filipe Menezes;
- E por fim Grande Lisboa, que custa Cento e Oitenta Milhões
de Euros (180 000 000,00 Euros) com vigência até 2037 e que têm 23 Km
de auto-estrada (que é a A16 que faz o percurso Cascais-Sintra-Belas).
Desta forma estas concessões têm o aval de várias
instituições bancárias, tais como a Caixa Geral de Depósitos (que é 100% detida
pelo Estado, como sabemos, mas neste caso está designado como Caixa Capital que
pertence ao mesmo grupo), o Banif em duas espécies (Banco Internacional do
Funchal e Banco de Investimento), o Banco Comercial Português (actual
Milleninum BCP) e o Santander Totta. Mas ao que sabemos, o BCP e o BANIF foram
alvo de resgate do Estado através do Programa de Ajustamento Económico e
Financeiro (PAEF) que pretendia a sustentabilidade dos bancos (que está
previsto nos Doze Mil Milhões de Euros), logo o Estado recebe novamente
dinheiro destas parcerias.
Mas vamos conhecer os accionistas destes bancos…
O Banif é uma instituição Bancária constituída, pelo
falecido, Horácio Roque, um investidor madeirense, que compra a Caixa Económica
do Funchal e cria um dos maiores grupos financeiros da Região Autónoma da
Madeira.
O BCP é considerado como o Primeiro Banco Privado Português
e têm como accionistas, Sonangol (em 11,03%), Teixeira Durate (em 5,36%), Joe
Berardo (em 3,07%), EDP (em 2,99%), a Caixa Geral de Depósitos (em 2,96%) e o
Banco Sabadell (em 3,97%).
O Santander Totta, resultante da fusão do Banco Santander e
do Banco Totta e Açores, têm como accionistas maioritariamente espanhóis.
Além dos accionistas do sector da banca, também existem
accionistas de Construtoras: A Hagen, a Monte Adriano, a Amândio Carvalho e a
Rosas. Há um accionista que não conseguimos obter muitas informações que está
presente que é a MOSPAG.
Das cinco concessões que totalizam Dois Mil, Quinhentos e
Noventa Milhões e Oitocentos Mil Euros (2 590 800 000,00 Euros) são distribuídas
para os seguintes accionistas destas 5 concessões, que não são todos iguais e
de partes diferentes:
- A Ascendi, nas cinco concessões, quatro delas têm uma
quota de 80,2% e uma (a Concessão Norte) têm uma quota de 74,87% que perfaz no
total de Dois Mil e Trinta Milhões, Novecentos e Sessenta Mil, Duzentos e
Quarenta Euros (2 030 960 240,00 Euros);
- A MOSPAG, nas quatro concessões (Norte, Costa da Prata,
Beiras Litoral e Alta e Grande Porto), uma delas têm uma quota de 5,39% (a
Concessão Norte) e as restantes com uma quota de 6,6% que perfaz no total Cento,
Quarenta e Oito Milhões, Quatrocentos, Setenta e Quatro Mil, Quatrocentos e
Oitenta Euros (148 474 480,00 Euros);
- O Santander Totta na Concessão do Norte (em 6,67%) recebe
Cinquenta e Oito Milhões, Seiscentos, Quarenta e Dois Mil, Seiscentos e
Quarenta Euros (58 642 640,00 Euros);
- A Monte Adriano na Concessão da Grande Lisboa (em 6,6%)
recebe Onze Milhões, Oitocentos e Oitenta Mil Euros (11 880 000,00
Euros);
- A Hagen nas Concessões da Costa da Prata e na Grande
Lisboa (em 3,3% cada uma) recebe Dezasseis Milhões, Quinhentos, Vinte e Três
Mil e Cem Euros (16 523 100,00 Euros);
- O Banco Internacional do Funchal nas Concessões Norte (em
2,1%), Beira Litoral e Alta (em 1,39%) e Grande Porto (em 0,89%) recebe na
totalidade em Trinta e Dois Milhões, Oitocentos, Trinta e Dois Mil, Duzentos e
Dez Euros (32 832 210,00 Euros);
- O Banif – Investimento nas Concessões Norte (em 0,96%) e
na Concessão Beiras Litoral e Alta (em 0,64%) recebe na totalidade Treze
Milhões, Trinta e Oito Mil e Oitenta Euros (13 038 080,00 Euros);
- O Banco Comercial Português nas Concessões Norte (em
1,93%), Beiras Litoral e Alta (em 1,28%) e no Grande Porto (em 2,41%) recebe na
totalidade Trinta e Oito Milhões, Trinta e Três Mil, Trezentos e Trinta Euros
(38 033 330,00 Euros);
- A Caixa Geral de Depósitos, Amândio Carvalho e Rosas, nas cinco
concessões, uma delas têm uma quota de 2,69% (a Concessão Norte) e as restantes
com uma quota de 3,3% que perfaz no total Oitenta Milhões, Cento, Trinta e Três
Mil, Duzentos e Oitenta Euros (80 133 280,00 Euros) cada um dos
accionistas.
Desta forma na quota do BCP, o Estado ainda ganha nestas
concessões mais Um Milhão, Cento, Vinte e Cinco Mil, Setecentos, Oitenta e Seis
Euros e Cinquenta e Sete Cêntimos (1 125 786,57 Euros) pelo que totaliza Oitenta
e Um Milhões, Duzentos, Cinquenta e Nove Mil, Sessenta e Seis Euros e Cinquenta
e Sete Cêntimos (81 259 066,57 Euros).
Mas o mais escandaloso é a Ascendi recebe, na totalidade de
todas as Concessões e Subconcessões envolvidas totaliza em Três Mil,
Oitocentos, Cinquenta e Um Milhões, Setecentos, Oitenta e Um Mil e Noventa
Euros (3 851 781 090,00 Euros) que são divididos:
- A Mota-Engil em 60%, que recebe Dois Mil, Trezentos e Onze
Milhões, Sessenta e Oito Mil, Seiscentos, Cinquenta e Quatro Euros (2 311 068 654,00
Euros);
- Grupo Espírito Santo em Mil, Quinhentos e Quarenta
Milhões, Setecentos e Doze Mil, Quatrocentos, Trinta e Seis Euros (1 540 712 436,00
Euros).
Mas como o Grupo Banco Espírito Santo já têm concessões que
não envolve a Mota-Engil, recebe no total do Estado Mil, Oitocentos, Oitenta e
Três Milhões, Quinhentos, Vinte e Um Mil Novecentos, Oitenta e Sete Euros e
Vinte Cêntimos (1 883 521 987,20 Euros).
Acumulativamente, o Estado, por via da Caixa Geral de
Depósitos, já recupera Oitenta e Três Milhões, Quatrocentos, Trinta e Um Mil,
Setecentos, Oitenta e Dois Euros e Cinquenta e Sete Cêntimos (83 431 782,57
Euros), que é 5,04% do PIB português.
No próximo Domingo, iremos concluir o subtema das Parcerias Público-Privadas que estão parcialmente detidas pelo Estado Português.
No próximo Domingo, iremos concluir o subtema das Parcerias Público-Privadas que estão parcialmente detidas pelo Estado Português.
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