quinta-feira, 18 de abril de 2013

As Teias das Parcerias Público-Privadas (Parte X)

AS CONCLUSÕES E O FUTURO SOBRE AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
 

Ao escrever estas conclusões, quero chamar a atenção que são as minhas opiniões pessoais, depois de descodificar todas as entidades que estão por detrás destas parcerias público-privadas, cada leitor pode tirar as suas conclusões pessoais apesar de que muito do que irei dizer vão comungar.

Em primeiro que tudo, fica provado que o Estado não têm dinheiro para tantos equipamentos públicos que possam servir os cidadãos. Auto-estradas, redes eléctricas, serviços de saneamento e águas, redes de gás e hospitais são necessárias mas concluo que existe bastantes abusos.

Em vários casos eu questiono: Entre o Porto e Aveiro (mais propriamente em Albergaria-a-Velha) são precisas três auto-estradas…? Portajadas…? Existe alguma vantagem financeira a existência de três auto-estradas…? Eu pessoalmente, não vejo nenhuma razão. Simplesmente é um mero esbanjamento desenfreado de dinheiros públicos para que os cidadãos não tenham alternativas viárias às auto-estradas pagas pelos utilizadores.

Faz algum sentido que as duas empresas do sector energético tenham alguns capitais públicos? Se queriam privatizar, privatizava tudo e não ficar com nada! Ou em alternativa, se se trata de gestão da rede, neste caso deveria de ser totalmente estatizada e não parcialmente como vemos. Em sectores onde se exigiu uma liberalização, o Estado deveria de ter o papel de regulador e não de regulador e proprietário, ao mesmo tempo, o que vicia as regras do jogo da liberalização. Vejam o sector da electricidade… Entre a EDP (que têm um accionista que têm presença do Estado, estou a referir o Banco Comercial Português) e os outros operadores que distribuem electricidade ao consumidor final, há alguma diferença de preços? Desde que iniciou-se a liberalização, eu já tinha reparado que não existe diferença em nada. Ao longo destes anos, vejo pessoas que consideram-se especialistas do sector energético, a defenderem a sua técnica de marketing da sua empresa em vez de darem as verdadeiras linhas orientadoras para a liberalização verdadeira e honesta do sector.

Não se admirem que as famosas rendas excessivas ainda não foram resolvidas! Porque há interesses obscuros, revelam que existe um lóbi instalado no sector da energia porque recebem o dinheiro do Estado através destas parcerias somando aos consumos que as famílias pagam! Se as famílias portuguesas tivessem mais posses financeiras para adquirir painéis solares ou pás eólicas para instalarem nas suas casas, muitas famílias conseguiriam poupar não só em electricidade, como também evitar recursos de produção de electricidade, através do carvão e do petróleo como a Endesa e a EDP aplicam, além das famílias tornarem-se auto-sustentáveis no que toca em electricidade, e em alguns casos no aquecimento.

No sector da saúde, sector em que o Estado têm um papel muito importante, e que deveria de ser um agente activo da defesa do Serviço Nacional de Saúde pago pelos contribuintes, não deveria de concessionar a privados, sobretudo a bancos, a construção e a exploração de um serviço que deve ser totalmente público e não privativo! Uma das lutas da República, e do agora regime democrático, é que a Educação e a Saúde fosse pública e acedida por todos com custos reduzidos ou até mesmo isentos porque seriam suportados pelo dinheiro dos impostos e agora todos os governos fazem precisamente o contrário do que se defende a República…?

Mas há casos que eu fico perplexo, é preciso haver um hospital em cada concelho da Área Metropolitana de Lisboa? Mas para quê…? Alguns concelhos da Área Metropolitana de Lisboa é que necessitavam urgentemente de hospitais públicos e que abrangem o maior número de pessoas como são os casos de Lisboa, Sintra, Loures e Mafra. Dois hospitais no concelho de Sintra (ou um em Sintra e outro na Amadora, para receber a parte mais oriental do concelho de Sintra), três em Lisboa, um em Loures e outro em Mafra não era suficiente para abranger? Para quê Cascais ter um hospital que só vai ser servido maioritariamente utentes do Concelho de Sintra? Para quê um hospital em Odivelas e outro em Loures se o Loures abrange Loures e Odivelas? Para quê só haver um Hospital de Santa Maria e o Novo Hospital de Todos os Santos (que têm autorização da Troika para construírem e explorarem em regime de Parceria Público-Privada) em Lisboa se os que já existiam serviam o suficiente para várias franjas do Concelho de Lisboa e também de Oeiras? Fica aqui a reflexão…

Mas o que mais incomoda são os beneficiários de dinheiros públicos…

Agora questiono ao caro leitor: Sabe porquê que o Banco Espírito Santo não pediu resgate financeiro, previsto no fundo de resgate de Doze Mil Milhões de Euros (12 000 000 000,00 Euros) concedido pela Troika? A resposta é, o BES é um dos maiores beneficiários das concessões de parcerias público privadas na saúde e nas auto-estradas com a Ascendi. São cerca de Dois Mil Milhões de Euros (2 000 000 000,00 Euros) que são dados dos contribuintes ao BES! Por isso que o BES nunca vai recorrer ao fundo! Mas o que é mais escandaloso, é a demasiada influência que a família Espírito Santo têm com os Governos da República e o excesso de informação privilegiada que os governantes cedem! Será que não poderiam cortar aqui o mal pela raiz…?

Mas o que também deixa incomodado são as parcerias público-privadas que são 100% estatizadas. O meu caro leitor deve questionar: para que servem essas…? Simplesmente para dar empregos aos ‘boys and girls da pior’ espécie que estão ligados aos partidos políticos com assento parlamentar central e local! Mas não é só os partidos do arco da governação!... Os partidos mais à esquerda como o Bloco de Esquerda e o PCP colocam, pelo menos, um dos seus amigos para prestar serviços de águas e saneamento nos concelhos que são liderados pelos seus autarcas!

Existe meio de evitar tudo isto? Claro que sim!

Já que se fala em cortar Quatro Mil Milhões de Euros (4 000 000 000,00 Euros), que se diz que a Troika exige, e agora com os cerca de Mil e Trezentos Milhões de Euros (1 300 000 000,00 Euros) com chumbo das medidas do Orçamento de Estado para 2013, o Estado pode, e deve, fechar estas empresas e delegar as competências às autarquias ou às Águas de Portugal, que têm a maioria das concessões! Esta cessação de curto prazo que pode ser aplicado custa aos contribuintes Seis Mil Milhões de Euros (6 000 000 000,00 Euros) que daria perfeitamente para pagar estes encargos que de última hora surgiram e ainda sobrava para gastar em rescisões ou até mesmo fazer a famosa Reforma do Estado.

Outra das medidas a ter que ser adoptada é apertar mais com as empresas que têm empresas em paraísos fiscais, como o Luxemburgo que foi citado anteriormente, para que o Estado tenha a capacidade de recuperar.

Nas Auto-Estradas, não se construía mais nenhuma auto-estrada e retroceder o Plano Nacional Rodoviário que definia as categorias das vias como já adoptam na Europa (hierarquicamente: auto-estradas, vias rápidas, estradas nacionais, estradas municipais e arruamentos urbanos).

Também temos um enorme escândalo que ainda está na memória dos portugueses, o escândalo do Banco Português de Negócios. Como sabemos, o buraco da fraude do BPN vai entre os 6 e os 7 Mil Milhões de Euros mas como ainda recebe Cinquenta Milhões, Seiscentos, Cinquenta e Seis Mil Euros (50 656 000,00 Euros) de concessões no sector da saúde e da segurança pública! Aqui o Governo deve colocar travões a fundo sobre a Galilei, apesar de haver concessões que estão previstas a sua caducidade de concessão já em 2014.

Agora pergunto ao nosso caro leitor:

- Não há indícios de violação clara dos artigos 22.º e 117.º da Constituição da República Portuguesa que cito-os:

 

ARTIGO 22.º

(RESPOSNABILIDADE DAS ENTIDADES PÚBLICAS)

O Estado e as demais entidades públicas são civilmente responsáveis, em forma solidária com os titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes, por acções ou omissões praticadas no exercício das suas funções e por causa desse exercício, de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para outrem.

(…)

ARTIGO 117.º

(ESTATUTO DOS TÍTULARES DE CARGOS POLÍTICOS)

1. Os titulares de cargos políticos respondem política, civil e criminalmente pelas acções e omissões que pratiquem no exercício das suas funções.

 

2. A lei dispõe sobre os deveres, responsabilidades e incompatibilidades dos titulares de cargos políticos, as consequências do respectivo incumprimento, bem como sobre os respectivos direitos, regalias e imunidades.

 

3. A lei determina os crimes de responsabilidade dos titulares de cargos políticos, bem como as sanções aplicáveis e os respectivos efeitos, que podem incluir a destituição do cargo ou a perda do mandato.

 

A resposta que eu diria é SIM! Porque todos andaram a proteger os seus amigos que andaram envolvidos nestas mesmas empresas que são parceiros privados nestas mesmas parcerias. Vejam as influências que todos andaram envolvidos…? Alguém os pune…?
 
 
Post Scriptum - Assim que possível, em substituição deste post scriptum, será colocado um esquema da Teia das Parcerias Público-Privadas.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

As Teias das Parcerias Público-Privadas (Parte IX)


PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS COM PARCEIROS PRIVADOS 100% PÚBLICOS

Antes de iniciarmos esta parte, gostava de informar que houve um conjunto de parcerias público-privadas que hoje estão sobre a tutela de um parceiro privado parcialmente público mas que anteriormente eram 100% públicos.

Entretanto descobrimos que o sector da energia se tornou um alvo apetecível… Recordam-se das rendas excessivas para o sector na energia…? Pois é, temos mão da EDP.

A EDP – Energias de Portugal tem 5 parcerias público-privadas, das quais duas são de exploração da distribuição de electricidade no território nacional e a exploração da Barragem do Alqueva e três de construção das Barragens do Fridão e Alvito, Baixo Sabor e da Foz do Tua.

«Isto aqui precisa de cimento…» - José Sócrates, durante a visita das obras da Barragem da Foz do Tua com António Mexia, CEO (em português quer dizer Presidente do Conselho de Administração) da EDP. Cimento que arruína os portugueses com preços de electricidade ‘pornográficos’ que custam aos contribuintes, nestas 5 parcerias, Três Mil, Duzentos, Cinquenta e Quatro Milhões e Trezentos Mil Euros (3 254 300 000,00 Euros) com concessões até 2083 (que é precisamente no ano em que farei 100 anos de vida, se é que estarei ainda vivo até essa altura…).

Até agora, a EDP foi uma empresa estatizada mas até 13 de Março de 2013, mas com as vendas das acções à China Three Gorges e à Sonatrach (que cedeu as últimas acções do Estado) foi dada a conclusão do processo de privatização da eléctrica, mas vamos conhecer os seus accionistas, receptores…

A China Three Gorges, é uma empresa de capitais públicos chineses que têm como actividade a produção e distribuição de electricidade para os consumidores chineses. Têm importantes negócios fora da China no sector da electricidade e nas energias renováveis, que foi esse o objectivo desta mesma empresa derivado à EDP Renováveis, a empresa e energias renováveis do Grupo EDP. Detêm a maior fatia das acções, além daquelas que ficam dispersas em bolsa, com 21,35% e que recebe, além dos lucros dos consumidores de electricidade, Seiscentos, Trinta e Um Milhões, Seiscentos e Trinta Mil, Quarenta e Cinco Euros e Quarenta e Cinco Cêntimos (631 630 045,45 Euros) por estas cinco parcerias.

A Iberdorla, como já citamos anteriormente, é uma empresa estatal de capitais públicos espanhóis na distribuição de electricidade, equiparada à EDP e com negócios de venda de electricidade no mercado liberalizado de electricidade em Portugal. Têm 6,79% das acções da EDP e recebe destas cinco parcerias Duzentos e Vinte Milhões, Novecentos, Sessenta e Seis Mil, Novecentos e Setenta Euros (220 966 970,00 Euros). A Iberdrola já acumulou noutras parcerias Mil, Novecentos e Vinte Milhões, Novecentos, Sessenta e Seis Mil, Novecentos e Setenta Euros (1 920 966 970,00 Euros).

A Oppidum Capital é uma empresa sedeada em Espanha e está dividida pela Masaveu International, que é uma empresa familiar que se dedica em várias áreas (dos cimentos, argamassas, betões, escórias, pedreiras, imobiliário, adegas e vinhos, arte, na medicina detendo um instituto de medicina oncológica e molecular na região das Asturias – Espanha e de concessões de estacionamento de Espanha), em 52,9% da Oppidum Capital, e da Liberbank, que é uma instituição bancária espanhola da região das Asturias, Cantábria, Castela e La Mancha e Extremadura, em 47,1%. Desta forma, as cinco concessões da EDP (além dos lucros da venda da electricidade ao consumidor final) entrega 6,18% à Oppidum Capital que distribui Cento e Seis Milhões, Trezentos e Noventa Mil, Duzentos, Vinte e Seis Euros e Quarenta e Seis Cêntimos (106 390 226,46 Euros) à Masaveu International e Noventa e Quatro Mil, Setecentos, Vinte e Cinco Mil, Quinhentos e Treze Euros e Cinquenta e Quatro Cêntimos (94 725 513,54 Euros) ao Liberbank.

O José de Mello Energia (Família José de Mello), que detêm 4,6% da EDP e recebe Cento, Quarenta e Nove Milhões, Seiscentos, Noventa e Sete Mil e Oitocentos Euros (149 697 800,00 Euros). Que já acumula para a família José de Mello um total de Dois Mil e Dez Milhões, Oitocentos e Seis Mil e Três Euros e Cinquenta e Sete Cêntimos (2 010 806 003,57 Euros) com os negócios da BRISA.

A Senfora é uma empresa sedeada no Luxemburgo e que é o accionista totalitário da empresa International Petroleum Investment Company (IPIC) que é uma empresa pertencente ao Governo de Abu Dhabi. Têm uma posição de 4,06% e recebe Cento, Trinta e Dois Milhões, Cento, Vinte e Quatro Mil, Quinhentos e Oitenta Euros (132 124 580,00 Euros).

O Banco Comercial Português, que aqui está representado o banco e ao mesmo tempo o Fundo de Pensões do BCP (que é quem têm a preferência de voto na Assembleia de Accionistas da EDP) recebe, limpos, dos 3,35% da EDP, Cento e Nove Milhões, Dezanove Mi e Cinquenta Euros (109 019 050,00 Euros).

A Sonatrach, que é uma empresa Argelina de exploração de gás e petróleo na Argélia, deteve as restantes 2,38% que o Estado Português ainda detinha, recebe Setenta e Sete Milhões, Quatrocentos, Cinquenta e Dois Mil, Trezentos e Quarenta Euros (77 452 340,00 Euros).

O Banco Espírito Santo recebe da EDP, dos 2,38%, Setenta e Sete Milhões, Quatrocentos, Cinquenta e Dois Mil, Trezentos e Quarenta Euros (77 452 340,00 Euros) ao que já totaliza Mil, Novecentos e Sessenta Milhões, Novecentos, Setenta e Quatro Mil, Trezentos, Vinte e Sete Euros e Vinte Cêntimos (1 960 974 327,20 Euros).

A Qatar Holding, têm sede em Luxemburgo mas a empresa é da Qatar Investment Authority, é uma empresa de fundos do Qatar em diversas áreas, recebe, dos 2,27%, Setenta e Três Milhões, Oitocentos, Setenta e Dois Mil, Seiscentos e Dez Euros (73 872 610,00 Euros).

A Capital Income Builder e a (2,06%) Capital Reseach and Management Company (2,01%) são dois fundos de investimento norte americanos que recebem, respectivamente, Sessenta e Sete Milhões, Trinta e Oito Mil, Quinhentos e Oitenta Euros (67 038 580,00 Euros) e Sessenta e Cinco Milhões, Quatrocentos e Onze Mil, Quatrocentos e Trinta Euros (65 411 430,00 Euros).

E por fim, a BlackRock, que é uma empresa de fundos de investimento que detêm 2% e recebe, Sessenta e Cinco Milhões e Oitenta e Seis Mil Euros (65 086 000,00 Euros).

Recomeçamos a lista e vemos logo uma concessão, que diria muito interessante…

O Contracto de Concessão de Gestão do Centro de Atendimento do Serviço Nacional de Saúde…? De facto não lhe diz nada… Mas é a famosa Linha de Saúde 24! E agora perguntam: A quem está entregue para fazer esse serviço…? A Caixa Geral de Depósitos!

Desta feita, a CGD recebe do próprio Estado (que por sua vez têm de devolver) Quarenta e Seis Milhões e Seiscentos Mil Euros (46 600 000,00 Euros).

Entretanto a Caixa Geral de Depósitos detinha uma sociedade que geria hospitais e clínicas privadas, e tinha a gestão do Hospital de Cascais, a HPP Saúde. Na sequência do cumprimento do Memorandum da Troika que exigia que as participações no sector segurador e gestão hospitalar devam deixar de estar na alçada da Caixa Geral de Depósitos, vendeu a HPP Saúde a uma empresa de gestão hospitalar brasileira, Amil Participações.

A concessão do Hospital de Cascais, para a sua construção e exploração é para 2018 (construção) e 2038 (exploração) têm um custo total de Setenta e Dois Milhões de Euros (72 000 000,00 Euros).

Antes de finalizar temos as últimas 29 parcerias público-privadas que lhe vai deixar indignado…

11 Parcerias público-privadas que são empresas de resíduos sólidos urbanos de todo o país têm como accionistas a EGF – Empresa Geral do Fomento, que é detida a 100% pela empresa Águas de Portugal (que é uma empresa 100% estatal), e as Câmaras Municipais de todo o território Continental! Desta forma, estas concessões terminam entre 2021 e 2039 e têm um investimento global de Novecentos, Vinte e Seis Milhões e Trezentos Mil Euros (926 300 000,00 Euros). Mas isto não acaba por aqui…

13 Parcerias público-privadas que são empresas de distribuição de água por todo o país e têm como accionistas a Águas de Portugal (100% estatal) e as Câmaras Municipais de todo o país! Concessões que cessam entre 2026 até 2060 que totalizam Três Mil, Setecentos, Quarenta e Cinco Milhões e Seiscentos Mil Euros (3 745 600 000,00 Euros)

5 Parcerias público-privadas que são empresas de saneamento e tratamento de águas residuais urbanas das grandes áreas urbanas e que têm novamente como accionistas as Águas de Portugal e as Câmaras Municipais de todo o país. Concessões que duram entre 2020 e 2034 e que custam ao erário público Mil, Trezentos, Sessenta e Dois Milhões e Quinhentos Mil Euros (1 362 500 000,00 Euros)!

Agora admirem-se desta informação, os administradores destas empresas que representam os interesses das Câmaras Municipais são escolhidos pelos Presidentes de Câmara dependendo da sua cor partidária que lideram. Bloco de Esquerda, Partido Comunista, Partido Socialista, Partido Social Democrata, Partido Popular e independentes nomeiam sempre alguém da sua confiança política para estas empresas públicas parcerias privadas.

Entretanto há uma Parceria Público-Privada que têm concessão até 2034 para a gestão do sistema de identificação electrónica dos veículos nas portagens sem portageiro, as famosas ‘vias verdes’ nas ex-SCUTS. Foram celebradas pelo Governo de Sócrates e não existe qualquer montante de investimento mas foi para colocar alguns ‘amigos’ do Partido Socialista. Esperemos que um dia nos revelem o montante de investimento…
 
Na próxima Quinta-Feira, iremos apresentar as conclusões desta investigação com as soluções.

domingo, 14 de abril de 2013

As Teias das Parcerias Público-Privadas (Parte VIII)

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS COM PARCEIROS PRIVADOS PARCIALMENTE PÚBLICOS (Parte III)


Antes de avançarmos para a última parceria público-privada da lista, houve uma que é totalmente privada e que não foi introduzida no capítulo anterior.

A24, Auto-Estrada do Interior Norte (atribuída à empresa Norscut) que faz a ligação entre Viseu e a fronteira de Chaves, está entregue a um grupo francês de construção civil que têm gestão de várias concessões rodoviárias (em regime de parcerias público-privadas) na França, a Eiffage e pela sua filial Portuguesa, a SEOP que foi responsável pela obra da construção do Viaduto Duarte Pacheco, em Lisboa em 1939 e responsável na construção de vários centros comerciais do país, com uma quota de 36%. A Contacto, que é uma empresa de construção civil do Grupo Sonae, com uma quota de 36%. A BPCE, que é a segunda maior instituição bancária francesa, com uma quota de 18%. A EGIS Projects, que é um investidor de projectos de concessões rodoviárias, que detêm uma quota de 10%.

A concessão da A24 têm um custo de Quinhentos e Quatro Milhões e Cem Mil Euros (504 100 000,00 Euros) assinada no Governo de António Guterres, com limite até 2030. Assim desta forma, a Eiffage/SEOP e a Contacto/Sonae recebe desta concessão Cento, Oitenta e Um Milhões Quatrocentos, Setenta e Seis Mil Euros (181 476 000,00 Euros) cada uma, a BPCE recebe Noventa Milhões, Setecentos, Trinta e Oito Mil Euros (90 738 000,00 Euros) e a EGIS Projects recebe Cinquenta Milhões, Quatrocentos e Dez Mil Euros (50 410 000,00 Euros).

Retomando para as Parcerias Público-Privadas parcialmente públicas…

Descobrimos quatro parcerias que baralham mais o caro leitor. Três parcerias são dedicadas ao sector do gás natural, desde da regaseificação, armazenamento subterrâneo e transporte nacional, e uma parceria dedicada ao sector da rede eléctrica nacional.

Desta forma estamos a denunciar a REN – Redes Energéticas Nacionais, que inicialmente (antes de ser privatizada) chamava-se Rede Eléctrica Nacional. Esta mesma empresa viu-se envolvido nos escândalos do Caso Face Oculta que envolvia um quadro da REN (José Penedos) e José Sócrates, e que por coincidência das coincidências, o mesmo José Sócrates que celebrou os quatro contractos de parcerias público-privadas com a REN, bem antes de adensar o escândalo Face Oculta.

Estas quatro parcerias público-privadas têm caducidade, no sector do gás natural até 2046 e do sector da electricidade até 2057 que totalizam Dois Mil, Trezentos, Setenta e Um Milhões e Seiscentos Mil Euros (2 371 600 000,00 Euros) do Estado que são distribuídos desta forma:

- 25% vão para a empresa State Grid of China, que é a empresa de rede eléctrica chinesa que é detida a 100% pelo Estado Chinês, recebe Quinhentos, Noventa e Dois Milhões e Novecentos Mil Euros (592 900 000,00 Euros);

- 15% vão para a empresa Oman Oil, que é uma empresa de Oman de exploração de gás e petróleo na zona da Península Arábica, recebe Trezentos, Cinquenta e Cinco Milhões, Setecentos e Quarenta Mil Euros (355 740 000,00 Euros);

- 9,9% vão para a Parpública (detida pelo Estado Português em 100%) que recebe Duzentos, Trinta e Quatro Milhões, Setecentos, Oitenta e Oito Mil e Quatrocentos Euros (234 788 400,00 Euros);

- 8,4% vão para a EGF – Empresa Geral do Fomento, que é uma empresa detida pelas Águas de Portugal (detida pelo Estado Português em 100%), que faz a gestão e tratamento de resíduos em vários municípios, recebe Cento, Noventa e Nove Milhões, Duzentos e Catorze Mil e Quatrocentos Euros (199 214 400,00 Euros);

- 5,9% vão para a empresa Gestmin, que é uma holding familiar da família Champalimaud que detêm também a Oni Comunications (sector das telecomunicações), recebe Cento, Trinta e Nove Milhões, Novecentos, Vinte e Quatro Mil e Quatrocentos Euros (139 924 400,00 Euros);

- 5% vão para três empresas, a EDP, a Red Elétrica Corporación (que é a empresa de rede eléctrica de Espanha, que o Estado Espanhol detêm cerca de 20%) e a Oliren (é uma empresa da família Oliveira que se dedica ao sector têxtil), que recebem cada uma Cento e Dezoito Milhões, Quinhentos e Oitenta Mil Euros (118 580 000,00 Euros);

- 2% vão para a empresa Columbia Wanger, que é uma empresa de fundos de vários sectores, recebe Quarenta e Sete Milhões, Quatrocentos, Trinta e Dois Mil Euros (47 432 000,00 Euros);

- E 1,2% vão para a Caixa Geral de Depósitos que recebe Vinte e Oito Milhões, Quatrocentos, Cinquenta e Nove Mil e Duzentos Euros (28 459 200,00 Euros).
Desta forma o Estado retorna com Duzentos, Sessenta e Três Milhões, Duzentos, Quarenta e Sete Mil e Seiscentos Euros (263 247 600,00 Euros) com a REN. Só deste grande grupo, o Estado recupera no total Quatrocentos, Cinquenta e Três Milhões Oitocentos e Dezassete Mil, Noventa e Oito Euros e Cinquenta e Sete Cêntimos (453 817 098,57 Euros).


Na próxima Terça-Feira, iremos abordar o subtema das Parcerias Público-Privadas que estão detidas pelo Estado Português.

sábado, 13 de abril de 2013

As Teias das Parcerias Público-Privadas (Parte VII)

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS COM PARCEIROS PRIVADOS PARCIALMENTE PÚBLICOS (Parte II)


Esta lista, voltamos a encontrar novamente parceiros que já falamos anteriormente mas têm uma particularidade especial, é que se tratam concessões que têm uma participação do Estado entre os 2,69% e os 3,3%. São cinco concessões que pertencem à Ascendi mas com diferentes accionistas. Estamos a falar das concessões (acrescido da cobrança das portagens):

- Norte, que custa Oitocentos, Setenta e Nove Milhões e Duzentos Mil Euros (879 200 000,00 Euros) com vigência até 2029 e que têm 175 Km de auto-estrada (que são as Auto-Estradas A7 e A11, como já referimos);

- Costa da Prata, que custa Trezentos e Vinte Milhões e Setecentos Mil Euros (320 700 000,00 Euros) com vigência até 2030 e que têm 110 Km de auto-estrada (que são as Auto-Estradas A17 de Mira até Aveiro, A25 de Aveiro a Albergaria-a-Velha, a A29 de Albergaria-a-Velha até Vila Nova de Gaia e a A44);

- Beiras Litoral e Alta, que custa Setecentos e Dezoito Milhões e Quatrocentos Mil Euros (718 400 000,00 Euros) com vigência até 2031 e que têm 173 Km de auto-estrada (que é a Auto-Estrada A25 de Albergaria-a-Velha até Vilar Formoso que substitui o antigo IP5);

- Grande Porto, que custa Quatrocentos, Noventa e Dois Milhões e Quinhentos Mil Euros (492 500 000,00 Euros) com vigência até 2032 e que têm 56 Km de auto-estrada (que é a VRI – Via Regional Interior do Porto, a A4 de Matosinhos a Águas Santas, A41 e A42). Chamo a atenção que esta concessão foi atribuída em Governos do PSD de Durão Barroso com o ‘Amen!’ de Luís Filipe Menezes;

- E por fim Grande Lisboa, que custa Cento e Oitenta Milhões de Euros (180 000 000,00 Euros) com vigência até 2037 e que têm 23 Km de auto-estrada (que é a A16 que faz o percurso Cascais-Sintra-Belas).

Desta forma estas concessões têm o aval de várias instituições bancárias, tais como a Caixa Geral de Depósitos (que é 100% detida pelo Estado, como sabemos, mas neste caso está designado como Caixa Capital que pertence ao mesmo grupo), o Banif em duas espécies (Banco Internacional do Funchal e Banco de Investimento), o Banco Comercial Português (actual Milleninum BCP) e o Santander Totta. Mas ao que sabemos, o BCP e o BANIF foram alvo de resgate do Estado através do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) que pretendia a sustentabilidade dos bancos (que está previsto nos Doze Mil Milhões de Euros), logo o Estado recebe novamente dinheiro destas parcerias.

Mas vamos conhecer os accionistas destes bancos…

O Banif é uma instituição Bancária constituída, pelo falecido, Horácio Roque, um investidor madeirense, que compra a Caixa Económica do Funchal e cria um dos maiores grupos financeiros da Região Autónoma da Madeira.

O BCP é considerado como o Primeiro Banco Privado Português e têm como accionistas, Sonangol (em 11,03%), Teixeira Durate (em 5,36%), Joe Berardo (em 3,07%), EDP (em 2,99%), a Caixa Geral de Depósitos (em 2,96%) e o Banco Sabadell (em 3,97%).

O Santander Totta, resultante da fusão do Banco Santander e do Banco Totta e Açores, têm como accionistas maioritariamente espanhóis.

Além dos accionistas do sector da banca, também existem accionistas de Construtoras: A Hagen, a Monte Adriano, a Amândio Carvalho e a Rosas. Há um accionista que não conseguimos obter muitas informações que está presente que é a MOSPAG.

Das cinco concessões que totalizam Dois Mil, Quinhentos e Noventa Milhões e Oitocentos Mil Euros (2 590 800 000,00 Euros) são distribuídas para os seguintes accionistas destas 5 concessões, que não são todos iguais e de partes diferentes:

- A Ascendi, nas cinco concessões, quatro delas têm uma quota de 80,2% e uma (a Concessão Norte) têm uma quota de 74,87% que perfaz no total de Dois Mil e Trinta Milhões, Novecentos e Sessenta Mil, Duzentos e Quarenta Euros (2 030 960 240,00 Euros);

- A MOSPAG, nas quatro concessões (Norte, Costa da Prata, Beiras Litoral e Alta e Grande Porto), uma delas têm uma quota de 5,39% (a Concessão Norte) e as restantes com uma quota de 6,6% que perfaz no total Cento, Quarenta e Oito Milhões, Quatrocentos, Setenta e Quatro Mil, Quatrocentos e Oitenta Euros (148 474 480,00 Euros);

- O Santander Totta na Concessão do Norte (em 6,67%) recebe Cinquenta e Oito Milhões, Seiscentos, Quarenta e Dois Mil, Seiscentos e Quarenta Euros (58 642 640,00 Euros);

- A Monte Adriano na Concessão da Grande Lisboa (em 6,6%) recebe Onze Milhões, Oitocentos e Oitenta Mil Euros (11 880 000,00 Euros);

- A Hagen nas Concessões da Costa da Prata e na Grande Lisboa (em 3,3% cada uma) recebe Dezasseis Milhões, Quinhentos, Vinte e Três Mil e Cem Euros (16 523 100,00 Euros);

- O Banco Internacional do Funchal nas Concessões Norte (em 2,1%), Beira Litoral e Alta (em 1,39%) e Grande Porto (em 0,89%) recebe na totalidade em Trinta e Dois Milhões, Oitocentos, Trinta e Dois Mil, Duzentos e Dez Euros (32 832 210,00 Euros);

- O Banif – Investimento nas Concessões Norte (em 0,96%) e na Concessão Beiras Litoral e Alta (em 0,64%) recebe na totalidade Treze Milhões, Trinta e Oito Mil e Oitenta Euros (13 038 080,00 Euros);

- O Banco Comercial Português nas Concessões Norte (em 1,93%), Beiras Litoral e Alta (em 1,28%) e no Grande Porto (em 2,41%) recebe na totalidade Trinta e Oito Milhões, Trinta e Três Mil, Trezentos e Trinta Euros (38 033 330,00 Euros);

- A Caixa Geral de Depósitos, Amândio Carvalho e Rosas, nas cinco concessões, uma delas têm uma quota de 2,69% (a Concessão Norte) e as restantes com uma quota de 3,3% que perfaz no total Oitenta Milhões, Cento, Trinta e Três Mil, Duzentos e Oitenta Euros (80 133 280,00 Euros) cada um dos accionistas.

Desta forma na quota do BCP, o Estado ainda ganha nestas concessões mais Um Milhão, Cento, Vinte e Cinco Mil, Setecentos, Oitenta e Seis Euros e Cinquenta e Sete Cêntimos (1 125 786,57 Euros) pelo que totaliza Oitenta e Um Milhões, Duzentos, Cinquenta e Nove Mil, Sessenta e Seis Euros e Cinquenta e Sete Cêntimos (81 259 066,57 Euros).

Mas o mais escandaloso é a Ascendi recebe, na totalidade de todas as Concessões e Subconcessões envolvidas totaliza em Três Mil, Oitocentos, Cinquenta e Um Milhões, Setecentos, Oitenta e Um Mil e Noventa Euros (3 851 781 090,00 Euros) que são divididos:

- A Mota-Engil em 60%, que recebe Dois Mil, Trezentos e Onze Milhões, Sessenta e Oito Mil, Seiscentos, Cinquenta e Quatro Euros (2 311 068 654,00 Euros);

- Grupo Espírito Santo em Mil, Quinhentos e Quarenta Milhões, Setecentos e Doze Mil, Quatrocentos, Trinta e Seis Euros (1 540 712 436,00 Euros).

Mas como o Grupo Banco Espírito Santo já têm concessões que não envolve a Mota-Engil, recebe no total do Estado Mil, Oitocentos, Oitenta e Três Milhões, Quinhentos, Vinte e Um Mil Novecentos, Oitenta e Sete Euros e Vinte Cêntimos (1 883 521 987,20 Euros).

Acumulativamente, o Estado, por via da Caixa Geral de Depósitos, já recupera Oitenta e Três Milhões, Quatrocentos, Trinta e Um Mil, Setecentos, Oitenta e Dois Euros e Cinquenta e Sete Cêntimos (83 431 782,57 Euros), que é 5,04% do PIB português.


No próximo Domingo, iremos concluir o subtema das Parcerias Público-Privadas que estão parcialmente detidas pelo Estado Português.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

As Teias das Parcerias Público-Privadas (Parte VI)

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS COM PARCEIROS PRIVADOS PARCIALMENTE PÚBLICOS (Parte I)


Recomeçamos a ver a lista da Direcção-Geral de Tesouro e Finanças e detectamos mais outro escândalo, que o nosso leitor vai sentir. Encontramos a concessão do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (o famoso SIRESP) que está entregue à empresa SIRESP, que é um consórcio entre a Portugal Telecom, a Esegur (empresa do Grupo Banco Espírito Santo), a Motorola e as empresas Datacomp (empresa do Grupo Galilei) e a Sociedade Lusa de Negócios (no sítio da internet do SIRESP mantêm como SLN e não como Grupo Galilei). Só do Grupo Galilei é detentor, de forma directa e indirecta, em 42,55% do SIRESP, superior ao maior accionista da sociedade, o Grupo Portugal Telecom (que detêm 30,55%). Mas para deixar qualquer pessoa ainda mais doente, o Grupo Portugal Telecom têm como accionista em cerca de 10,07% pelo Grupo Banco Espírito Santo. No total, o Grupo Espírito Santo detêm o SIRESP em cerca de 15,08%, que é superior aos 14,9% que é detida pela empresa de terminais de telecomunicações, a Motorola.

Desta forma, esta concessão têm duração até 2021 e que o Estado paga ao SIRESP em Cento e Doze Milhões de Euros (112 000 000,00 Euros) que são repartidos da seguinte forma para os accionistas:

- Trinta e Seis Milhões, Novecentos e Sessenta Mil Euros (36 960 000,00 Euros) à Sociedade Lusa de Negócios (actual Grupo Galilei);

- Trinta e Quatro Milhões, Duzentos e Dezasseis Mil Euros (34 216 000,00 Euros) ao Grupo PT;

- Dezasseis Milhões, Seiscentos, Oitenta e Oito Mil Euros (16 688 000,00 Euros) à Motorola;

- Treze Milhões, Quatrocentos e Quarenta Mil Euros (13 440 000,00 Euros) à ES Segur;

- Dez Milhões, Seiscentos e Noventa e Seis Mil Euros (10 696 000,00 Euros) à Datacomp.

Desta forma, o Grupo Galilei que detêm 42,55% de forma directa e indirecta recebe da Concessão do SIRESP Quarenta e Sete Milhões, Seiscentos, Cinquenta e Seis Mil Euros (47 656 000,00 Euros). Mas pelo que sabemos, o Grupo Portugal Telecom tem os seguintes accionistas:

- 10,07% ao Grupo Espirito Santo, que detêm muitas parcerias público-privadas;

- 10,05% à RS Holding, que é a mesma coisa que chamar Isabel dos Santos, filha do Presidente da República Angolana;

- 10% à Telemar Norte Leste, que é a mesma coisa que chamar Oi, uma operadora de telecomunicações brasileira;

- 6,35% à Caixa Geral de Depósitos, que é uma instituição bancária 100% de capitais públicos;

- 4,96% à Norges Bank, que é uma instituição bancária Norueguesa;

- 4,69% à UBS, que é a União de Bancos Suíços;

- 2,64% ao Grupo Visabeira, uma empresa de instalação de infraestruturas de telecomunicações e entre outros sectores de actividade;

- 2,36% ao Capital Group Internacional, que é uma instituição financeira Norte americana;

- 2,35% ao Blackrock Inc., que é uma instituição de fundos de investimento;

- 2,28% ao Controlinveste, que é detentor de alguns órgãos de comunicação social;

- 2,05% à Wellington Management Company, que é uma instituição de fundos de investimento Norte americanos;

- 2,01% à Ontario Teachers’ Pension Paln Boad, que é um fundo de pensões dos professores de Ontário (Canadá).

Com isto, existe uma presença do Estado Português, de forma indirecta, em 6,35% de quotas qualificadas na PT por via da Caixa Geral de Depósitos. Dos Trinta e Quatro Milhões, Duzentos e Dezasseis Mil Euros (34 216 000,00 Euros) que o Grupo PT recebe do SIRESP Dois Milhões, Cento, Setenta e Dois Mil, Setecentos e Dezasseis Euros (2 172 716,00 Euros) voltam novamente para o Estado! Portanto o Estado é detentor de forma indirecta em 1,94% do investimento do SIRESP… então, há ou não há presença do Estado no SIRESP...?

O Grupo Espírito Santo é accionista indirecto por duas vias no SIRESP, recebe Três Milhões, Quatrocentos, Quarenta e Cinco Mil, Quinhentos, Cinquenta e Um Euros e Vinte Cêntimos (3 445 551,20 Euros) pela PT e Treze Milhões, Quatrocentos e Quarenta Mil Euros (13 440 000,00 Euros) à ES Segur que totaliza Desaseis Milhões, Oitocentos, Oitenta e Cinco Mil Quinhentos, Cinquenta e Um Euros e Vinte Cêntimos (16 885 551,20 Euros). Se juntamos as restantes parcerias público-privadas que o Grupo Espírito Santo esteja envolvido, recebe do Estado já (sem contar com as Parcerias Público-Privadas que está envolvida com a Mota-Engil, por via da Ascendi, que mais à frente vou referir) Trezentos, Quarenta e Dois Milhões, Oitocentos e Nove Mil, Quinhentos, Cinquenta e Um Euros e Vinte Cêntimos (342 809 551,20 Euros).

E relativamente ao Grupo Galilei, além dos Quarenta e Sete Milhões, Seiscentos, Cinquenta e Seis Mil Euros (47 656 000,00 Euros) do SIRESP, recebe também das Concessões do Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul de Três Milhões de Euros (3 000 000,00 Euros) que totaliza, Cinquenta Milhões, Seiscentos, Cinquenta e Seis Mil Euros (50 656 000,00 Euros) que juntado ao buraco da fraude do BPN de Sete Mil Milhões de Euros (7 000 000,00 Euros), o Estado já gastou com a Galilei (SLN) Cinquenta e Sete Milhões, Seiscentos, Cinquenta e Seis Mil Euros (57 656 000,00 Euros) que é cerca de 3,5% do PIB Português!...

Continuamos a correr esta lista, descobrimos uma empresa que já foi 100% estatizada e que agora só se apresenta em 7% através da empresa pública Parpública, estou a falar da Galp Energia.

A Galp é detentora de sete parcerias público-privadas para fazer a Distribuição Regional de Gás Natural em seis regiões (Centro, Setúbal, Lisboa, Porto, Beiras e Vale do Tejo) e uma Central de Armazenamento Subterrâneo de Gás Natural na Guarda. Destas mesmas sete, duas foram celebradas em governos do PSD de Cavaco Silva (1994) com concessão até 2028 e cinco foram celebradas em governos do PS de José Sócrates, todas em 2008 à excepção da Central de Armazenamento que foi celebrado em 2006, com concessão até 2046/2047 (cerca de 40 anos).

Estas mesmas parcerias custam ao Estado Mil, Quatrocentos, Noventa e Nove Milhões e Quinhentos Mil Euros (1 499 500 000,00 Euros) dos quais são distribuídos pelos seguintes accionistas:

- Amorim Energia, que tem sede na Holanda (está designada por Amorim Energia, B.V.) onde encontra uma das mais baixas cargas fiscais da Europa, detêm 38,34% da Galp, recebe destas Parcerias Público-Privadas em Quinhentos, Setenta e Quatro Milhões, Novecentos e Oito Mil e Trezentos Euros (574 908 300,00 Euros);

- Eni, que é uma empresa de produtos petrolíferos italiana, recebe Trezentos, Sessenta e Quatro Milhões, Novecentos, Setenta e Oito Mil e Trezentos Euros (364 978 300,00 Euros);

- Parpública, que é a mesma coisa (repito) Estado, retorna Cento e Quatro Milhões, Novecentos, Sessenta e Cinco Mil Euros (104 965 000,00 Euros).

- Juntando ao SIRESP e estas concessões de Gás Natural, o Estado já acumulou Cento e Sete Milhões, Cento, Trinta e Sete Mil, Setecentos e Dezasseis Euros (107 137 716,00 Euros). Afinal o Estado cativa bastante dinheiro com a concessão do Gás mais os lucros que a Galp Energia ganha na venda de produtos energéticos (Gás, Luz e Combustíveis).


Na próxima Sexta-Feira, iremos continuar a desenvolver sobre subtema das Parcerias Público-Privadas que estão parcialmente detidas pelo Estado Português.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

As Teias das Parcerias Público-Privadas (Parte V)

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS COM PARCEIROS PRIVADOS 100% NÃO PÚBLICOS (Parte IV)


Nesta saga incessante desta teia, descobrimos parcerias público-privadas que não têm muita expressividade na opinião pública.
 
Descobrimos duas Concessões Rodoviárias que fazem a gestão de duas ex-SCUTs, a A22 e a A28, que pertence a Euroscut. Ao que sabemos esta mesma empresa têm capitais predominantes de Espanha através de duas accionistas maioritários que pertencem ao mesmo grupo, estou a falar a Construtora Cintra e a Ferrovial (que têm 75,53 e 8,51%, respectivamente), a Ferrovial. Os restantes accionistas destas duas Concessões, a do Norte Litoral e do Algarve, pertencem a cinco pequenas construtoras com uma quota de acções iguais entre si (3,19%), a Construções Gabriel A.S. Couto (com sede em Vila Nova de Famalicão), Eusébio SPAR (uma empresa familiar de construtores civis com sede em Braga, que foi responsável pela construção do Estádio de Braga), Casais Invest (com sede em Braga), J. Gomes (com sede na região do Cávado) e Aurélio Martins Sobreiro & Filhos (outra empresa familiar de construtores civis com sede em Viana do Castelo). Ao que descobrimos, também, além destas duas concessões, são concessionários regionais da SCUT dos Açores, que não conseguimos obter nenhuma informação tendo em consta que é uma Parcerias Público-Privada Regional.

O encargo que estas duas concessões custa ao Estado Português, além das portagens que em 2011 foram aplicadas com o fim do regime de Portagens Sem Custos para o Utilizado (SCUT), Quinhentos, Quarenta e Sete Milhões e Cem Mil Euros (547 100 000,00 Euros), divididos em Duzentos, Vinte e Oito Milhões e Quinhentos Mil de Euros (228 500 000,00 Euros) para a Concessão do Algarve e de Trezentos e Dezoito Milhões e Seiscentos Mil Euros (318 600 000,00 Euros) para a Concessão do Norte Litoral ao qual caducam os seus contractos de concessão até 2030 e 2031, respectivamente. Em termos de distribuição financeira pelos accionistas destas concessões resulta neste resumo:

- Quatrocentos e Treze Milhões, Duzentos, Vinte e Quatro Mil, Seiscentos e Trinta Euros (413 224 630,00 Euros) para a Construtora Cintra;

- Quarenta e Seis Milhões, Quinhentos e Cinquenta e Oito Mil, Duzentos e Dez Euros (46 558 210,00 Euros) para a Ferrovial;

- Dezassete Milhões, Quatrocentos, Cinquenta e Dois Mil, Quatrocentos e Noventa Euros (17 452 490,00 Euros) para os pequenos accionistas (a Construções Gabriel A.S. Couto, Eusébio SPAR, Casais Invest, J. Gomes e Aurélio Martins Sobreiro & Filhos).

Em resumo, o Grupo Ferrovial recebe directamente Quatrocentos, Cinquenta e Nove Milhões, Setecentos, Oitenta e Dois Mil, Oitocentos e Quarenta Euros (459 782 840,00 Euros) de forma descarada.

Entretanto, encontramos mais concessões polémicas e que ainda causa dores de cabeça para os Governantes, a Concessão do Túnel do Marão. Uma obra para o prolongamento da A4 de Amarante até ao Nordeste Transmontano (até à fronteira de Quintanilha) que foi a grande obra de José Sócrates, enquanto Primeiro-Ministro, para terminar a famosa injustiça de ausência de auto-estradas na região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

A empresa Auto-Estradas do Marão, é uma empresa que foi difícil de saber informações sobre os accionistas desta empresa, mas conseguimos descobrir que pertence a duas construtoras conhecidas da maioria dos portugueses: A Somague, em 55%, e da MSF, em 45%. Concessão que custa Trezentos, Quarenta e Oito Milhões e Duzentos Mil Euros (348 200 000,00 Euros) até 2038 em que a Somague recebe Cento, Noventa e Um Milhões, Quinhentos e Dez Mil Euros (191 510 000,00 Euros) e a MSF recebe Cento, Cinquenta e Seis Milhões, Seiscentos e Noventa Mil Euros (156 690 000,00 Euros) por esta concessão. Mas como todos nós sabemos, esta obra se encontra parada por falta de dinheiro por parte do Estado para continuarem, polémica que ainda se mantem e que o Estado continua a pagar uma obra parada e que aumenta a dívida por esta obra pública.

Com isto, reparamos que a MSF e a Somague, também está presente em mais concessões que anteriormente falamos… Nas Auto-Estradas do Atlântico e na Brisal… Com tudo isto a Somague já ascende o seu encaixe com o Estado para os Duzentos, Quarenta e Quatro Milhões, Duzentos, Cinquenta e Nove Mil e Seiscentos Euros (244 259 600,00 Euros) e a MSF já recebe do Estado Duzentos e Nove Milhões, Quatrocentos, Trinta e Nove Mil e Seiscentos Euros (209 439 600,00 Euros) mas como sabemos que estas duas construtoras foram responsáveis de várias obras públicas ao longo da história de Portugal.

Mas a Auto-Estrada de Trás-os-Montes (A4), têm uma subconcessão que pertence à empresa Auto-Estrada XXI que têm com concessão de construção e exploração até Dezembro de 2038 entre Vila Real e Quintanilha e têm um custo, além das portagens que têm de cobrar, de Quinhentos, Trinta e Cinco Milhões, Novecentos Mil Euros (535 900 000,00 Euros) dos quais a Soares da Costa, recebe 50% da subconcessão, que são Duzentos, Sessenta e Sete Milhões, Novecentos e Cinquenta Mil Euros (267 950 000,00 Euros) e 25% às Construtoras FCC – Construccion e a RRC – Ramalho Rosa Cobetar em Centro, Trinta e Três Milhões Novecentos, Setenta e Cinco Mil Euros (133 975 000,00 Euros).

Posto isto, reparamos que a Soares da Costa já têm uma outra parceria com o Estado com a Ascendi e já acumulou Setecentos, Quarenta e Cinco Milhões, Trezentos e Doze Mil Trezentos e Noventa Euros (745 312 390,00 Euros) que aproxima de muitas empresas que recebem do Estado mais de Mil Milhões de Euros (1 000 000 000,00 Euros).

A meio caminho do final da lista, que se encontra enquadrada nesta grande área, encontramos duas subconcessões que têm accionistas comuns, à excepção de uma dela que têm como accionista a Tecnovia. Estou a falar das subconcessões do Baixo Alentejo e do Algarve Litoral.

A subconcessão do Baixo Alentejo que têm como principio construir e explorar as estradas do Baixo Alentejo, particularmente o IP8, que transforma em regime de SCUT. E a subconcessão do Algarve Litoral que não é nada mais, nada menos que a subconcessão que explora a Estrada Nacional 125 que liga Sagres e Vila Real de Santo António. Ambas as subconcessões têm duração até 2039, iniciadas no Governo Minoritário de José Sócrates, e custam ao erário público de Trezentos, Oitenta e Um Milhões e Novecentos Mil Euros (381 900 000,00 Euros, na Subconcessão do Baixo Alentejo) e de Cento, Sessenta e Cinco Milhões e Cem Mil Euros (165 100 000,00 Euros, na Subconcessão Algarve Litoral) que são distribuídos desta forma:

- Edifer, que recebe 20% (que é comum para as outras empresas, tendo em conta que não há informação detalhada das quotas de acções das empresas) da subconcessão do Baixo Alentejo de Setenta e Seis Milhões, Trezentos e Oitenta Mil Euros (76 380 000,00 Euros) e recebe 25% (que é comum para as outras empresas, tendo em conta que não há informação detalhada das quotas de acções das empresas) da subconcessão do Algarve Litoral de Quarenta e Um Milhões, Duzentos, Setenta e Cinco Mil Euros (41 275 000,00 Euros);

- Dragados, uma empresa de construção civil espanhola do Grupo ACS (Espanha), que recebe os mesmos que a Edifer nas duas subconcessões;

- Iridium, uma empresa de construção civil espanhola do Grupo ACS (Espanha), que também recebe os mesmos montantes que a Edifer;

- Conduril, uma empresa 100% portuguesa, que também recebe os mesmos montantes que a Edifer;

- Tecnovia, uma das mais conceituadas empresas de construção civil nacionais, que só recebe os Noventa e Cinco Milhões, Quatrocentos, Setenta e Cinco Mil Euros (95 475 000,00 Euros).

Se reparamos, a Dragados e a Iridium são duas empresas de nacionalidade espanhola e pertencem ambas ao mesmo grupo empresarial espanhol, a ACS. No total destas duas concessões, saírem dos cofres do Estado Português para Espanha em Duzentos, Trinta e Cinco Milhões, Trezentos e Dez Mil Euros (235 310 000,00 Euros).

No final desta lista, encontramos duas empresas do sector energético da electricidade no fim desta teia 100% privada: A Iberdrola e a Endesa.

A Iberdrola é uma empresa de captais públicos espanhóis e é a fornecedora principal de distribuição de electricidade de Espanha. Segundo se fala, e confirma-se, é uma das accionistas da EDP, em cerca de 6,79% que mais à frente esclarecerei as ligações que têm com a mesma.

Mas para incrível que pareça, a Iberdrola têm a concessão da construção da Barragem de Gouvães, Padreselos, Alto Tâmega e Daivões (no Distrito de Vila Real) e recebe, limpos, Mil e Setecentos Milhões de Euros (1 700 000 000,00 Euros) até 2073 e acordadas com José Sócrates!

Mas descobrimos outra parceria público-privada que é Espanhola mas que é integrada na ENEL, a empresa de electricidade, gás e petróleos italiana: a Endesa. Além de explorar, sem concessão, a Central de Carvão do Carregado, venceu a concessão para construção da Barragem de Girabolhos (na região de Seia) que recebe, limpos, Trezentos e Sessenta Milhões de Euros (360 000 000,00 Euros) até 2073, igualmente.


Se verificamos, dos contribuintes, são gastos em parcerias público-privadas para Espanha em Dois Mil, Duzentos, Noventa e Cinco Milhões, Trezentos e Dez Mil Euros (2 295 310 000,00 Euros) e ficam em empresas portuguesas Treze Mil, Setenta e Nove Milhões, Cento e Sessenta e Oito Mil Euros (13 079 168 000,00 Euros) que totaliza em Quinze Mil, Trezentos, Setenta e Quatro Milhões, Quatrocentos e Setenta e Oito Mil Euros (15 374 478 000,00 Euros) que vai ter muita dificuldade de renegociar, tendo em conta que são parceiros 100% privados e que equivale a 0,09% do Produto Interno Bruto, que podia ser usado para outras finalidades como amortizar empréstimos, que até à data que foi escrito este artigo podia amortizar cerca de 1/3 do que falta liquidar de um Bilhete de Tesouro de Oitocentos e Trinta Milhões de Euros (830 000 000,00 Euros) que o actual Governo emitiu, ou para fazer a dita Reforma do Estado com a extinção de institutos, observatórios e organismos públicos que façam um trabalho redundante.
 

Na próxima Quarta-Feira, iremos iniciar a segunda grande área das Parcerias Público-Privadas, as Parcerias Público-Privadas que estão parte da alçada do Estado através de accionistas directos e indirectos do Estado Português.

sábado, 6 de abril de 2013

As Teias das Parcerias Público-Privadas (Parte IV)

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS COM PARCEIROS PRIVADOS 100% NÃO PÚBLICOS (Parte III)
 

Continuamos nesta lista incessante de Parcerias Público-Privadas, descobrimos um outro caso parecido com a BRISA mas com contornos muito diferentes.

A7 e A11 não vos diz nada...? Inicialmente, nos anos 90 do século passado, a A7 só tinha um sublanço, entre Famalicão e Guimarães e fazem alguma ideia de quem estava com este sublanço? A BRISA claro!... 22 Quilómetros para ligar duas cidades com uma passagem na Auto-Estrada Porto-Valença, que quase me atrevo a chamar a Auto-Estrada entre o Douro e Minho.

Agora fiquem estupefactos quem foi o Ministro que tutelava as Parcerias Público-Privadas nesse Governo de António Guterres…? José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa! Foi responsável, seja enquanto Ministro ou enquanto Primeiro-Ministro, de todas as concessões rodoviárias à excepção das ex-SCUTs do Grande Porto, essa concessão foi atribuída pelo Governo de Durão Barroso e pelo que, suspeita-se, foi preparado antes do Governo de Guterres ter caído.

Até agora só falei de governantes mas não falei para quem foi o receptor destas concessões: Ascendi.

A Ascendi tinha como designação de AENOR que é uma sociedade entre a Construtora Mota-Engil e o Banco Espírito Santo. Mas o mais rocambolesco destas concessões da Ascendi não é só a empresa, são os accionistas das concessões de forma específica! Porque a Ascendi é dividida em dois! A Ascendi concessionária de auto-estradas, e a Ascendi Group que integra todas as sociedades que são envolvidas em concessões de auto-estradas, pontes e ferrovia.

Relativamente à Ascendi Group, é accionista maioritário de todas as concessões mas algumas são totalmente privadas, e é nessas que vamos aqui referir.

A Subconcessão do Douro Interior que faz uma SCUT que abrange a zona de Macedo de Cavaleiros através do IP2 e do IC5. São vias rápidas (e não auto-estradas, porque no entendimento de muitos o que se chama uma SCUT dever-se-ia chamar de via rápida) que foram celebradas em 25 de Novembro de 2008, por José Sócrates, têm caducidade até 2038. Mas a mesma Subconcessão não é só da Ascendi!... A Ascendi é detentora em 80,75% da concessão mas que é partilhada por quatro construtoras: A construtora Monte Adriano (em 7,7%); a construtora alemã Hagen (em 3,85%); a construtora Amândio Carvalho (em 3,85%); e a construtora Rosas (em 3,85%). Mas o mais interessante é que temos uma subconcessão com os mesmos accionistas mas em diferentes percentagens de capital dos accionistas, a Subconcessão do Pinhal Interior. A sua distribuição accionista fica desta forma:

- Ascendi, em 79,99%;

- A Construtora Monte Adriano, em 8,01%;

- As Construtoras a alemã Hagen, a Amândio Carvalho e a Rosas, em 4% cada uma.

A Subconcessão do Pinhal Interior é uma subconcessão polémica por causa da construção da A13 que é uma segunda auto-estrada paralela à A1! Mas além de ter a A13, esta mesma subconcessão é para construir um conjunto de SCUTs em todo o Distrito de Coimbra (entre elas o IC8, que liga a A8, passando pela A1 e terminando na A23).

A maioria dos leitores fica incomodado com estas auto-estradas que, quase, substitui todas as Estradas Nacionais do país! Mas como é possível que sucessivos governos deixaram permitir isto! Mas o que incomoda é quanto estas empresas ganham com estas duas subconcessões…

A Subconcessão do Douro interior têm um custo de Seiscentos, Quarenta e Um Milhões e Setecentos Mil Euros (641 700 000,00 Euros) e a Subconcessão Pinhal Interior têm um custo de Novecentos, Cinquenta e Oito Milhões e Duzentos Mil Euros (958 200 000,00 Euros) que são distribuídos desta forma, no total destas duas subconcessões, acrescido de portagens pagas pelos utilizadores aos accionistas:

- A Ascendi recebe Mil, Duzentos, Oitenta e Quatro Milhões, Seiscentos, Trinta e Seis Mil, Novecentos e Trinta Euros (1 284 636 930,00 Euros);

- A Construtora Monte Adriano recebe Cento, Vinte e Seis Milhões, Cento, Sessenta e Dois Mil, Setecentos e Vinte Euros (126 162 720,00 Euros);

- As Construtoras Hagen, Amândio Carvalho e Rosas recebem, cada uma, Sessenta e Três Milhões, Trinta e Três Mil, Quatrocentos e Cinquenta Euros (63 033 450,00 Euros).

Mas o império Ascendi não pára por aqui!...

A23 – A ex-SCUT da Beira Interior que liga Torres Novas (a partir do Nó da A1 de Torres Novas) até à Guarda. Uma auto-estrada que teve alguns acidentes muito graves na história da exploração da auto-estrada e que foi muito contestada com o fim da isenção por falta de alternativas para com a Beira Interior do país. Sem dúvida que chegar a Castelo Branco e à Guarda por auto-estrada encurtou a distância com Lisboa (poder central) mas o problema são os custos e os prazos de concessão. Esta concessão foi atribuída à empresa Scutvias pelo, então Ministro do Equipamento Social, José Sócrates, em 1999, para ser explorado até 2029 e que em 2011 foi introduzidas portagens em sistema de pórticos (que eu pessoalmente considero ridículo este sistema, mas mais à frente saberão sobre isso). Mas a sociedade Scutvias é composta pela Intervias (que é a mesma coisa que chamar Soares da Costa, uma das mais conhecidas construtoras civis) em 33,33%, pela Ascendi em 22,23%, pela Alves Ribeiro em 22,22% e pela Global Via em 22,22%. Nesta estrutura accionista, descobrimos que o accionista Global Via têm muitos trabalhos de consultadoria de engenharia em muitas obras públicas para muitos clientes. Alguns desses trabalhos são os Estudos Preliminares da Terceira Travessia do Tejo (a famosa Ponte Chelas-Barreiro Rodoferroviária) e esteve presente no consórcio da concessão da Linha de Alta Velocidade Ferroviária entre Lisboa e Montemor com a RAVE, que Parceria Público-Privada já cessada politicamente depois de saber-se relatórios polémicos do Tribunal de Contas sobre esta concessão.

A concessão da Beira Interior têm um custo de Seiscentos, Vinte e Oito Milhões e Trezentos Mil Euros (628 300 000,00 Euros) que são distribuídos: Duzentos e Nove Milhões, Quatrocentos e Doze Mil, Trezentos e Noventa Euros (209 412 390,00 Euros) para a Intervias (Soares da Costa), Cento, Trinta e Nove Milhões, Seiscentos e Oito Mil, Duzentos e Sessenta Euros (139 608 260,00 Euros) cada um para a Alves Ribeiro e a Global Via e por fim Cento, Trinta e Nove Milhões, Seiscentos, Setenta e Um Mil e Noventa Euros (139 671 090,00 Euros) à Ascendi, que totaliza com as subconcessões já detidas em Mil, Quatrocentos e Vinte e Quatro Milhões, Trezentos e Oito Mil e Vinte Euros (1 424 308 020,00 Euros) … mas o império da Ascendi ainda não ficou por aqui!... Ainda há mais!...

Antes de avançarmos com a próxima Parceria Público-Privada, vamos recuar no tempo…

1994, um ano depois da crise recessiva no país, foi formalizada a primeira Parceria Público-Privada que mais polémica se gerou… Ainda o Governo Cavaco Silva estava a um passo de cair, estava no poder Joaquim Ferreira do Amaral, o Ministro das ‘Auto-Estradas’, que decidiu aumentar a portagem da Ponte 25 de Abril de Cinquenta Escudos (50$00, que saudades de escrever em Escudos) para Cem Escudos (100$00) que era para financiar a nova Ponte Sobre o Tejo, a Ponte Vasco da Gama (ou na altura que se chamava a Ponte Lisboa-Montijo). Pois é! É a Lusoponte de que estamos a falar!

Foi por causa dessa mesma polémica que em Junho de 1994 se despoletou o famoso ‘Bloqueio da Ponte’ que encheu páginas de jornais, notícias nas rádios a todo o minuto, foi a maior cobertura televisiva de todos os tempos, em que as três estações de televisão emitiam imagens e informações da polémica. Estávamos para assistir ao princípio do fim de um Governo que mais gastou em concessões de Auto-Estradas a uma só empresa (a BRISA). A concessão da Lusoponte foi iniciada em 15 de Dezembro de 1994, depois da queda do Governo de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral tornou-se o Presidente desta mesma empresa concessionária que tinha como função de cobrar as portagens nas Pontes 25 de Abril e Vasco da Gama. Também estava previsto no contracto de concessão a construção da Ponte Vasco da Gama, que veio a ser concluída em 1998, meses antes da Expo’98. A concessão vai até 2030 e têm um custo de Oitocentos, Sessenta e Sete Milhões de Euros (867 000 000,00 Euros) mas reside uma pergunta que o caro leitor questiona: Quem são os accionistas da Lusoponte?...

Após uma exaustiva investigação descobrimos que a Ascendi é um dos accionistas, e dos maioritários (em 38,02%), recebe Trezentos, Vinte e Nove Milhões, Seiscentos, Trinta e Três Mil e Quatrocentos Euros (329 633 400,00 Euros), seguido pela a empresa francesa Vinci Concessions (em 37,2%, que acabou de comprar a ANA – Aeroportos de Portugal), que recebe Trezentos, Vinte e Dois Milhões, Quinhentos, Vinte e Quatro Mil Euros (322 524 000,00 Euros), pela empresa italiana Atlantia (antiga Autostrade per l’Italia, em 17,2%), recebe Cento, Quarenta e Nove Milhões, Cento, Vinte e Quatro Mil Euros (149 124 000,00 Euros) e pela Construtora Teixeira Duarte (em 7,5%), recebe Sessenta e Cinco Milhões, Vinte e Cinco Mil Euros (65 025 000,00 Euros). Desta forma, a Ascendi aumenta o seu bolo para os Mil Setecentos, Cinquenta e Três Milhões, Novecentos, Quarenta e Um Mil, Quatrocentos e Vinte Euros (1 753 941 420,00 Euros).

Mas anteriormente, recordamos o caso Metro Transportes do Sul, ao qual o Grupo Barraqueiro é um dos accionistas maioritários, a Teixeira Duarte recebe desta concessão Vinte e Quatro Milhões, Quatrocentos, Setenta e Oito Mil, Quinhentos e Setenta Euros (24 478 570,00 Euros) que aumenta a sua receita do Estado (com a Lusoponte) para os Oitenta e Nove Milhões, Quinhentos e Três Mil, Quinhentos e Setenta Euros (89 503 570,00 Euros), e a Ascendi recebe desta concessão do Metro em Sessenta e Seis Milhões, Oitocentos e Setenta e Nove Mil, Quatrocentos e Trinta Euros (66 879 430,00 Euros), que já ascende o seu encaixe do Estado em Mil, Oitocentos e Vinte Milhões, Oitocentos e Vinte Mil, Oitocentos e Cinquenta Euros (1 820 820 850,00 Euros).

Mais à frente, temos mais concessões em que a Ascendi é accionista mas em conjunto com o Estado, de forma indirecta, em percentagens reduzidas.

Na próxima Segunda-Feira, iremos concluir o subtema das Parcerias Público-Privadas que estão na alçada, a 100%, das empresas privadas.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

As Teias das Parcerias Público-Privadas (Parte III)

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS COM PARCEIROS PRIVADOS 100% NÃO PÚBLICOS (Parte II)


Voltamos a percorrer a lista das Parcerias Público-Privadas que a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças disponibiliza e encontramos um caso extremamente curioso…

Todos nós conhecemos a Auto-Estrada que liga Lisboa a Leiria com passagens em Torres Vedras, Óbidos, Caldas da Rainha, Alcobaça e Marinha Grande… Sim! Estou a falar da Concessão Oeste de Auto-Estradas, a A8, que é da empresa Auto-Estradas do Atlântico, S.A.

Além da A8 que esta concessionária é detentora nesta parceria, têm a A15 que faz a ligação entre a Auto-Estrada do Oeste, na zona de Óbidos, até Santarém, com passagens em Rio Maior e com a ligação com a Auto-Estrada do Norte (A1) que é da Concessão BRISA. Mas o mais curioso são alguns dos pormenores que vamos passar a descrever…

A A8, nos anos 90 do século passado, só ligava Lisboa a Loures, saindo da Calçada de Carriche, e depois se prolongou até a Torres Vedras. Inicialmente, esta mesma auto-estrada pertencia à concessão BRISA.

Sem qualquer tipo de explicação e sem documentação que se justifica, esta mesma concessão do Oeste que o Governo de então, António Guterres era Primeiro-Ministro, consideraram que tendo em conta de que a A8 iria ser uma concorrente directa com a A1, visto que as duas auto-estradas iriam fazer o mesmo percurso entre Lisboa e o Porto mas em diferentes percursos.

Segundo a história que consta na informação institucional, que está documentada pelo sítio da internet das Auto-Estradas do Atlântico, S.A., em finais de 1996, as construtoras Somague, Edifer, MSF, Zagope, Construtora Abrantina, Construtora do Lena, Construtora do Tâmega, Conduril e a Novopca formalizaram esta parceria para conseguirem ter esta concessão de auto-estrada. Mais tarde, em Maio de 1997, associaram-se a este grupo de construtoras a ACESA (Autopistas, Concessionária Española, S.A.), que é detentora de várias concessões rodoviárias em Espanha, e o Banco BPI para obterem a melhor classificação, no entendimento do Governo.

Até aqui, nada de novo… o problema vem a seguir…

A parceria foi celebrada, conforme consta no sítio da internet das Auto-Estradas do Atlântico, S.A., a 21 de Dezembro de 1998 e têm previsto no contracto de concessão a exploração até 21 de Dezembro de 2028 (30 anos) com um custo de Quatrocentos, Cinquenta e Três Milhões e Meio de Euros (453 500 000,00 Euros) e que prevê a construção do troço que faltava, que a Concessão BRISA não concluiu, de Torres Vedras a Leiria, e a construção de uma nova auto-estrada que faria a ligação entre a Auto-Estrada do Oeste e a Auto-Estrada do Norte na zona de Santarém, a actual A15.

Já em Maio de 2004, a BRISA compra 10% das Auto-Estradas do Atlântico, S.A., a parte que pertencia ao accionista Banco BPI e mais tarde, em Março de 2005, a BRISA compra mais 40%, que eram detidas pela ACESA, passando a controlar esta mesma concessão em 50%.

Mais tarde a ACESA em Espanha, fundiu-se com outra empresa e formaram a Albertis que é uma das maiores empresas de concessões de auto-estradas do globo, concessiona alguns Aeroportos dos Estados Unidos, México, Chile e Colômbia e é o dono do Satélite de Telecomunicações Hispasat e faz a concessão da rede de televisão digital terrestre da Espanha.

No Verão de 2012, a BRISA faz uma OPA à Albertis para deter as restantes acções que estavam detidas por esta mesma empresa e que tal veio-se a concluir. A Albertis deixou de ter qualquer interesse em Portugal mas está presente no Brasil com várias concessões de auto-estradas brasileiras.

Com tudo isto, a BRISA recebe o dinheiro das portagens da A8 e da A15 mais Duzentos, Vinte e Seis Milhões, Setecentos e Cinquenta Mil Euros (226 750 000,00 Euros) desta concessão e os restantes às construtoras que participam nesta concessão.

Mas a BRISA não fica só com a Auto-Estradas do Atlântico!... Ainda temos mais sobre a BRISA!...

Descobrimos que a BRISA é accionista em 70% da Concessionária do Litoral Centro, atribuída à BRISAL – Auto-Estradas do Litoral, S.A. que faz a exploração de parte da A17, desde da Auto-Estrada do Oeste, na Zona da Marinha Grande, até a Mira que passa a ser concessão da Ascendi. A BRISAL têm na sua estrutura accionista, 20% das construtoras Somague, MSF, Lena e Novopca e 10% do Millenuium BCP. Esta mesma concessão vai até Setembro de 2034 (30 anos) e têm um custo de Quinhentos e Cinquenta Milhões e Setecentos Mil Euros (550 700 000,00 Euros) e se fomos analisar, além do montante que a BRISA recebe até 2028 pelas Auto-Estradas do Atlântico, vai também receber esta concessão em Trezentos, Oitenta e Cinco Milhões, Quatrocentos e Noventa Mil Euros (385 490 000,00 Euros), que já ascende em Seiscentos e Doze Milhões, Duzentos e Quarenta Mil Euros (612 240 000,00 Euros). Mas a Somague, MSF, Lena e Novopca ficam, cada uma, ficam com Cinquenta e Dois Milhões, Setecentos, Vinte e Nove Mil, Quatrocentos, Quarenta e Quatro Euros e Quarenta e Quatro Cêntimos (52 729 444,44 Euros) pelas duas concessões (Oeste e Litoral Centro).

Mas a saga BRISA disfarçada não fica por aqui…

Descobrimos mais três concessões em que a BRISA com participações inferiores a 50%, a concessão Douro Litoral (a A32, entre Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra, a A41 ou a Circular Regional Exterior do Porto, que faz a ligação entre a A1 e a A4 em direcção a Amarante, a A43 ou Radial de Gondomar) até 2035, no montante de Setecentos, Setenta e Sete Milhões e Setecentos Mil Euros (777 700 000,00 Euros), dos quais Trezentos, Quarenta e Nove Milhões, Novecentos, Sessenta e Cinco Mil Euros (349 965 000,00 Euros) para a BRISA, a concessão Baixo Tejo (que é detentor de várias SCUTs da Margem Sul do Tejo incluindo as vias rápidas da Caparica e do Barreiro) até 2039, no montante de Duzentos e Setenta Milhões e Cem Mil Euros (270 100 000,00 Euros), dos quais Oitenta e Um Milhões e Trinta Mil Euros (81 030 000,00 Euros) para a BRISA; e a concessão Litoral Oeste (que constrói uma auto-estrada que liga Nazaré e Tomar com passagens em Alcobaça, parte do IC2 [antiga Estrada Nacional 1] entre São Jorge e Leiria, Ourém e a A1 próximo de Fátima) até 2039, no montante de Quatrocentos, Quarenta e Três Milhões e Seiscentos Mil Euros (443 600 000,00 Euros), dos quais Sessenta e Seis Milhões, Quinhentos e Quarenta Mil Euros (66 540 000,00 Euros) para a BRISA.

Só de concessões em que a BRISA é accionista totalizam já em Mil, Cento e Nove Milhões, Setecentos, Setenta e Cinco Mil Euros (1 109 775 000,00 Euros). Mas perguntam, quem é a BRISA…?

A BRISA foi constituída já no fim do regime do Estado Novo e tinha a concessão da Auto-Estrada do Norte (A1), Auto-Estrada do Sul (A2), Auto-Estrada Porto-Famalicão (A3, que actualmente vai até à fronteira de Valença) e a Auto-Estrada da Costa do Estoril (A5, que só chegava até ao Estádio Nacional). Depois com a queda do regime ditatorial, a BRISA foi nacionalizada com o 25 de Abril de 1974 e reorientou as construções de auto-estradas em Portugal. Já nos anos 80, expande a Auto-Estrada do Norte entre Lisboa e Aveiras de Cima e de Condeixa ao Porto e avança a Auto-Estrada do Sul até Setúbal e começa a privatizar nos anos 90 continuando a sua política de expansão.

Passados estes anos, a concessão da BRISA foi renovada em Governo de José Sócrates, em 30 de Dezembro de 2008, até 2035, além das portagens que cobra aos utilizadores das auto-estradas, ainda recebe um bónus do Estado de Dois Mil, Seiscentos, Vinte e Três Milhões, Setecentos, Cinquenta e Quatro Mil Euros (2 623 754 000,00 Euros). Além deste montante de concessão, recebe também das restantes concessões em que a BRISA têm acções directas, acumula Três Mil, Setecentos, Setenta e Três Milhões, Quinhentos, Vinte e Nove Mil Euros (3 733 529 000,00 Euros). São cerca de Quatro Mil Milhões de Euros, que são 0,02% do PIB do Estado Português.

Mas a BRISA têm accionistas… e vejam quem são os accionistas…

- 30,45% da José de Mello

- 19,09% da empresa AEIF Apollo

- 35,27% da empresa TAGUS

- 15,19% de pequenos accionistas que estão espalhados em Bolsa (tendo em conta que a BRISA é uma empresa cotada no PSI-20)

Agora fiquemos a conhecer algumas curiosidades…

José de Mello é uma família bastante conhecida que teve muitos benefícios no anterior regime e no actual regime. É detentor de grandes empresas nas áreas da saúde (José de Mello Saúde, detentor dos Hospitais e Clínicas CUF), imobiliária (José de Mello Imobiliária), industria química. É também accionista de referência da Efacec, em 50%, e na EDP, em 4,6%. Já teve uma instituição bancária (Banco Mello) que foi vendida ao BCP (Banco Comercial Português). A AEIF Apollo é uma empresa de fundos de investimento na área das concessões rodoviárias com sede no Luxemburgo. E por fim a Empresa TAGUS…

Relativamente à TAGUS… Ao que investigamos, esta empresa também têm sede no Luxemburgo mas impressionem-se quem são os accionistas desta mesma empresa… As mesmas José de Mello e AEIF Apollo com uma posição de 55% e 45% respectivamente.

Portanto, a TAGUS é um accionista redundante da BRISA!

Mas vamos analisar o dinheiro que a BRISA recebe do Estado…

Dos Três Mil, Setecentos, Setenta e Três Milhões, Quinhentos, Vinte e Nove Mil Euros (3 733 529 000,00 Euros) serão distribuídos desta forma:

- Mil, Cento, Trinta e Seis Milhões, Oitocentos, Cinquenta e Nove Mil, Quinhentos e Oitenta Euros e Cinquenta Cêntimos (1 136 859 580,50 Euros) para o José de Mello

- Setecentos e Doze Milhões, Setecentos e Trinta Mil, Seiscentos, Oitenta e Seis Euros e Dez Cêntimos (712 730 686,10 Euros) para AEIF Apollo

- Mil, Trezentos e Dezasseis Milhões, Oitocentos e Quinze Mil, Seiscentos, Setenta e Oito Euros e Trinta Cêntimos (1 316 815 678,30 Euros) para a TAGUS

- Quinhentos, Sessenta e Sete Milhões, Cento, Vinte e Três Mil e Cinquenta e Cinco Euros e Dez Cêntimos (567 123 055,10 Euros) pelos pequenos subscritores.

Mas esta seria a distribuição da BRISA, mas se a receita da TAGUS for distribuída pelos dois accionistas que são os mesmos da BRISA ficam com os seguintes montantes:

- José de Mello recebe Setecentos, Vinte e Quatro Milhões, Duzentos, Quarenta e Oito Mil, Seiscentos, Vinte e Três Euros e Sete Cêntimos (724 248 623,07 Euros). Pelo que acaba por receber limpos do Estado Mil, Oitocentos, Sessenta e Um Milhões, Cento e Oito Mil, Duzentos e Três Euros e Cinquenta e Sete Cêntimos (1 861 108 203,57 Euros).

- AEIF Apollo recebe Quinhentos, Noventa e Dois Milhões, Quinhentos, Sessenta e Sete Mil e Cinquenta e Cinco Euros e Vinte e Três Cêntimos (592 567 055,23 Euros). Pelo que acaba por receber limpos do Estado Mil, Trezentos e Cinco Milhões, Duzentos, Noventa e Sete Mil Setecentos, Quarenta e Um Euros e Trinta e Três Cêntimos (1 305 297 741,33 Euros).

Em Suma, a BRISA, desta forma, é um bom negócio para a José de Mello e para a AEIF Apollo! E ao que sabemos, a empresa TAGUS com sede fiscal em Luxemburgo, encontra-se num dos grandes paraísos fiscais onde estas empresas pagam muito menos de impostos!...
 
No próximo Sábado, iremos continuar a desenvolver sobre subtema das Parcerias Público-Privadas que estão na alçada, a 100%, das empresas privadas.