terça-feira, 10 de julho de 2012

Onde estão os filhos e netos de Francisco Sá Carneiro?...

Nota Prévia: Antes de começar a falar neste assunto, quero realçar que não estou a falar dos filhos e netos desse Grande Homem que nos deixou um pouco 'órfãos' o nosso país... Mas sim os outros filhos e netos que irei falar.

É formidável, ver algumas pessoas ligadas ao partido de que Sá Carneiro tanto se bateu e se defendeu, transcreverem declarações, afirmações ou até mesmo decisões políticas ditas por Francisco Sá Carneiro mas na realidade fazem o oposto.
Sá Carneiro era um Homem Justo, não é por acaso que foi um reputado e prestigiado Advogado que não precisava da profissão para defender os ‘superiores’ interesses dos cidadãos, têm dito muitas coisas que, do meu ponto de vista, ainda são actuais mesmo ainda estando a sete palmos debaixo da terra.
Com a morte de Sá Carneiro, não conseguíamos ter ninguém que o possa substituir. Do meu ponto de vista é impossível haver alguém que seja tão equivalente a ele. Mas deixou-nos uma boa herança ideológica e sobretudo uma excelente visão construtiva sobre Portugal. Mas agora pergunto: Onde está essa herança deixada por esse Bom Homem?... Quem são os Filhos, ou os Netos, que deveriam de prosseguir o seu trabalho e sobretudo a sua ideia de um Portugal Desenvolvido, que era isso que Sá Carneiro defendia?... Onde estão os valores da Social-Democracia?...
Nos dias de hoje, em que realizou-se o grande sonho de Sá Carneiro: Uma Maioria, Um Governo e Um Presidente; onde se encontra os valores da Liberdade, Igualdade e Solidariedade num tempo de profunda desigualdade e que cada vez mais as pessoas estão a empobrecer porque não há trabalhos para todos?... É assim que Sá Carneiro queria para o seu país?...
Muitos questionam: Se Sá Carneiro fosse vivo, o que seria Portugal hoje? Eu vos respondo: Seriamos um país tão desenvolvido como a Alemanha!
Como poucos saberão, o partido de Sá Carneiro se baseou nos valores da Social-Democracia Alemã (estamos a falar do SPD Alemão e não da CDU, para não criar confusão) que se bateu por reerguer das cinzas de uma ditadura e de uma guerra sem precedentes que destruiu a Alemanha a ponto de dividir em dois, a República Federal da Alemanha (RFA) e a República Democrática da Alemanha (RDA). Mais tarde, a Alemanha voltar-se-ia a reunificar com a queda do Muro de Berlim, já Sá Carneiro tinha falecido, começou a era do crescimento igualitário das antigas Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental.
Sá Carneiro desejaria este modelo em Portugal mas não foi possível… Mas os seus seguidores, ou discípulos ou mesmo filhos de Sá Carneiro, não podiam voltar a repensar neste modelo de desenvolvimento?... Porque não aprendemos com os alemães o seu caso de sucesso, recordando que a Alemanha é a terceira economia do globo e a principal da União Europeia?...
Pois é! Andamos muito distraídos... Sempre vivemos da política do betão, das obras públicas que não são necessárias, do constante endividamento sem pensar-se nas consequências desse endividamento feito e de ajudar os ‘amigos’ que retiram dinheiros públicos para viver vidas de ostentação.
Recordando uma citação de Sá Carneiro, dita ao Jornal Novo de 23 de Fevereiro de 1977:


«Numa sociedade em regressão económica acentuada e em que o desemprego muito alto se combina com uma alta inflação, é natural e justo que os trabalhadores procurem assegurar a estabilidade dos seus empregos através de um estatuto de protecção legal que impeça totalmente os despedimentos, por exemplo, ou que dificulte de tal modo que lhes dê segurança.»



Isto é real e actual! Se Sá Carneiro fosse vivo, de certeza estaria a fazer um plano que possa baixar o desemprego criando programas iguais para as empresas. Hoje o que vemos? Programas sectários! Todos nós sabemos que o desemprego abrange a faixa etária entre os 20 e os 30 anos e entre os 40 e os 65 anos mas é mais importante pensar em dar trabalho aos mais novos quando existe muitos cidadãos com mais de 40 anos que podiam contribuir antes de se reformar? O período de tempo para essas pessoas é muito reduzido. Se não vejamos, uma pessoa que têm 40 anos precisa de fazer 25 anos de descontos para se reformar. Não seria mais prático criar condições para que estas pessoas possam se reformar dignamente? Claro que é possível! Aliás, é possível porque a experiência de vida e profissional lhes favorecem! Então porquê que as empresas (e o próprio Estado com esses planos ‘fantabolásticos’ de incentivo ou impulso) contratam jovens de 18/20 anos sem formação ou sem experiência que possam tornar uma mais-valia para as empresas? Nenhuma! Garanto-vos que as vossas empresas iam ter um grande rombo financeiro com tantas experiências de laboratório feitas por um jovem de 18/20 anos (chamo a atenção que não sejam todos iguais, mas a grande maioria é assim).
Um dos factores, que pode ser decisivo para um aumento da produtividade é reconhecer o mérito. Então onde está essa meritocracia, que muitos por ai falam?... Pois é! Ficou na gaveta!
Olhemos para os funcionários públicos… É preciso continuar a manter um funcionário público com mais de 65 anos a trabalhar ou até mesmo desempenhar funções de topo, quando podia ser um jovem (não acabado de sair das universidades)? Claro que não! Porque não se emagrece a máquina do Estado, reformando aqueles que já atingiram a sua idade e se adequar à actual realidade e conjuntura económica do Estado? É preciso continuarmos a subcontratar funcionários públicos para ganhar muito abaixo do salário médio da função pública e desnecessários? Porque existe uma instituição que não pensa nem reflecte: Os Sindicatos.
Perante todo este cenário, qual é a reacção dos cidadãos? Total passividade!
Sá Carneiro sempre deu valor aos cidadãos! Independentemente da sua condição social, económica, financeira ou, até mesmo, política! E o que hoje vemos? Ignorância!
Agora muitos questionam: Estes Governantes actuais são os verdadeiros filhos e netos de Sá Carneiro? Eu vos respondo: Não!

Para finalizar este artigo, deixem-me citar mais uma frase proferida por Francisco Sá Carneiro num Comício, em 1969 (ainda durante o regime ditatorial português), da qual me inspiro politicamente e civicamente:

«A intervenção activa é a única possibilidade que temos de tentar passar do isolamento das nossas ideias e das teorias das nossas palavras à realidade da actuação prática, sem a qual as ideias definham e as palavras se tornam ocas. Trata-se, portanto, de um direito e de um dever que nos assiste como simples cidadãos, pelo qual não nos devemos cansar de lutar e ao qual não nos podemos esquivar a corresponder.»

Dito isto, quem se identificar com esta citação e seguir este princípio honestamente, é de facto UM FILHO OU NETO DE FRANCISCO LUMBRALES DE SÁ CARNEIRO!

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