quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Foi-se a greve mas a precariedade mantêm-se...

Ontem, foi dia de Greve Geral e continuamos a ouvir o esgrimir de números de adesão mas o Governo foi muito infeliz em ter-se baseado nas contagens da rede eléctrica nacional... é um golpe muito baixo! Mas o Governo e os Sindicatos esquecem-se dos precários que continuam a ser tratados como «parentes pobres» do nosso tecido empresarial.
Vou fazer um excercício lógico na qual explica esta precariedade que cria mais desemprego aos portugueses, coisa que o Governo é insuficiente em executar...

A Empresa A&A necessita de recrutar 10 técnicos para a sua empresa. A Empresa A&A, é uma empresa de sucesso com lucros razoáveis para recrutar directamente postos de trabalho, mas como estamos em período de crise e não quer perder dinheiro com aumento de funcionários resolveu contactar com a Empresa ETT100%.
A Empresa ETT100% apresenta a sua empresa à Empresa A&A e de como valorizam o seu factor humano e que está na sua excelência na sua selecção e recrutamento de profissionais. O prestígio era tão grande que resolve então negociar com a Empresa A&A os 10 técnicos que necessita...
A Empresa ETT100%, apresentou como condição para recrutar os 10 trabalhadores que necessitava em que faz a pesquisa em 4 dias e que vai apresentar 100 candidatos para que a Empresa A&A possa escolher os 10 técnicos que necessitava. A Empresa ETT100% questiona por quanto tempo é que necessita de manter os 10 técnicos e qual o ordenado base por cada técnico. A resposta foi de 750 Euros por mês por cada trabalhador e como a Empresa A&A não sabe ainda como irá ser o retorno financeiro ao acrescentar os 10 técnicos, assegurou que necessitava dos técnicos para durante 1 ano.
Mas como se sabe, a Empresa ETT100% não fica satisfeita se lhe pagarem os honorários sobre o recrutamento e selecção dos 100 candidatos para serem apresentados nas instalações da Empresa A&A, e informou que por cada dia em que o técnico de recursos humanos da Empresa ETT100% cobrava 50 Euros por dia e que por cada candidato que é apresentado cobra 5 Euros por candidato. Como a Empresa ETT100% demorou 4 dias em recrutar e apresenta 100 candidatos ganhou 700 Euros junto da Empresa A&A sobre o recrutamento e selecção.
A Empresa A&A encontrou os 10 técnicos que precisava começou a dar trabalho aos mesmos e durante um ano. Mas os trabalhadores em causa, fizeram um contrato de trabalho com a Empresa ETT100% na qual eram remunerados mensalmente a 650 Euros por mês e com a possibilidade de integrarem na Empresa A&A.
Em suma, num ano civil, a Empresa ETT100% ganha 100 Euros por trabalhador que foi contratado em virtude de a Empresa A&A ter informado à Empresa ETT100% que o ordenado base era de 750 Euros por mês que por sua vez comunicou aos trabalhadores seleccionados que o vencimento era de 650 Euros. Como foram 10 trabalhadores para durante um ano (12 meses), mais subsidios de férias e de Natal, a Empresa ETT100% ganha 14 MIL EUROS POR ANO junto da Empresa A&A.
Antes de terminar o ano, a Empresa A&A quer renegociar com a Empresa ETT100% que ainda quer manter os trabalhadores por mais um ano e que fazia um aumento em 50 Euros no ano seguinte. A Empresa ETT100% informou que perante o Decreto-Lei 358/89 que foi revisto nas Leis 39/96 e Lei 146/99, no n.º 5 do Artigo 9.º que diz «nos casos previstos na alínea b) do n.º 1, a duração do contrato não pode exceder os 12 meses, podendo ser prorrogada até 24 meses, desde que se mantenha a causa justificativa da sua celebração, mediante autorização da Inspecção-Geral do Trabalho». Apresentou como solução, que a Empresa ETT100% têm uma empresa chamada 100%Temp que pertence aos mesmos donos que a Empresa ETT100%. A Empresa A&A aceitou as condições que foram apresentadas. Então a Empresa ETT100% contacta com os 10 trabalhadores recrutados para a Empresa A&A e informou que vão continuar a trabalhar na A&A mas sob o contrato de trabalho da Empresa 100%Temp e que vão ter um aumento no vencimento de mais 36 Euros mensais.
Em suma, a Empresa 100%Temp recebe num ano civil, 1596 Euros por cada trabalhador, 15960 EUROS! Com os 14000 Euros no primeiro ano e com mais 15960 Euros no segundo ano, só estas duas empresas com a mesma gestão de administração já arrecadaram 29960 EUROS!...

Isto é só um exemplo de três empresas específicas com 10 trabalhadores, agora se multiplicarmos em dezenas de milhares de trabalhadores por cada empresa, os cerca de 30 MIL EUROS passariam a 300 MIL EUROS BI-ANUAIS (150 MIL EUROS ANUAIS)!
Mas o mais interesante disto é que:
1 - Para constituir uma Empresa de Trabalho Temporário, não passa pela constituição da sociedade numa Conservatória do Registo Comercial mas também por um Alvará emitido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP);
2 - Todos os conflitos que os trabalhadores comunicam com a ACT (Autoridade das Condições de Trabalho), nunca são comunicados ao IEFP conforme o Artigo 33.º das referidas Leis supra citadas aqui;
3 - Ausência da Fiscalização das Empresas de Trabalho Temporário, não existe nenhuma entidade a quem se deve denunciar pelos actos ilícitos praticados pelas Empresas de Trabalho Temporário;
4 - Existe um Provedor das Empresas de Trabalho Temporário, que nada faz para actuar junto das Empresas de Trabalho Temporário. O Provedor é representado por uma figura do Partido Socialista, Vitalino Canas! Para quem não o conhece, é um Advogado que têm um escritório de advogados em Lisboa e que é parceiro da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado do Emprego (APESPE) que têm como associados TODAS AS EMPRESAS DE TRABALHO TEMPORÁRIO registadas em Portugal como a Randstad (ex-Select), Tempo Team (ex-Vedior), Adecco e Talenter (ex-LusoTemp) e que de certeza este Escritório de Advogados do Sr. Vitalino Canas este senhor faz acessoria JURÍDICA!
Vamos a ver se nos entendemos! Está na altura dos trabalhadores temporários e a própria sociedade civil, deveria revoltar-se! Quando o Desemprego aumenta é derivado a este tipo de comportamento de «come e cospe» em que usam e abusam da competência e profissionalismo dos trabalhadores portugueses. E o mais interesante de tudo, é que uma destas empresas de trabalho temporário que citei (a Talenter), FINANCIA um gabinente de Apoio ao Imigrante! O que significa que em vez de FINANCIAR os trabalhadores Portugueses, em que neste momento estão a viver muitas dificuldades em que estão a cortar nas suas despesas e a arranjar géneros alimentícios junto do Banco Alimentar Contra a Fome, FINANCIA IMIGRANTES que vêm retirar o trabalho dos profissionais portugueses. Gasta-se dinheiro em Educação para depois exportar?...
É TEMPO DE DIZER: BASTA!!!...

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